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Publicado a:
03/08/2020

Escrita:
Ricardo Atayde

A energia tem de ser digital

É muito comum ouvirmos que a digitalização da economia e o desenvolvimento sustentável são estratégias que têm de ser seguidas e que são uma enorme oportunidade. Estes dois desígnios têm muitos pontos de convergência e é fácil pensar em exemplos em que aparecem associados.

Na produção de energia solar, que é das renováveis mais utilizadas na Europa, devido ao seu preço competitivo e ainda com muito potencial para ser explorado,  a digitalização tem um papel muito importante.  A utilização de drones em processos de manutenção, pode reduzir o custo em 50%, assim como o tempo da inspeção manual em 90%. Além disso, podem gerir e monitorizar o ciclo de vida das instalações, coletando dados e por meio da  integração entre sistemas, os dados podem ser analisados em tempo real, desencadeando estimativas de produção e processos de manutenção preventiva. A própria análise de dados pode ajudar a implementar e desenhar futuras centrais elétricas.

Esta integração e análise de dados, vai tornar as redes descentralizadas mais inteligentes, permitindo a regulação de frequência, ajustando a energia de forma eficiente, dependendo do consumo e da produção em tempo real. É como ter barragens virtuais com maior capacidade de tempo de resposta. Prevê-se que o 5G seja a primeira tecnologia global a permitir que a imensa quantidade de dados seja utilizada de forma eficaz.

Em processos de eficiência energética que atuam na componente da economia de energia, a digitalização é incontornável. Para ser mais eficiente em processos produtivos ou edifícios/instalações é obrigatório perceber de que forma a energia é utilizada, entenda-se por energia, todo o mix de eletricidade, agua, gás. A sensorização de equipamentos, processamento, recolha e análise de dados, são procedimentos necessários para identificar as ineficiências e, consequentemente, as medidas necessárias para reduzir consumos, ganhando competitividade sem no entanto perder produtividade e conforto. Com implementação de medidas  de eficiência energética, é igualmente importante monitorizar e acompanhar os benefícios obtidos.

A sensorização de equipamentos também permite controlar dispositivos remotamente e automatizar a otimização de desempenho energético de acordo com tresholds, alertas e desvios das baselines estabelecidas.

Se quisermos aprofundar ainda mais a  digitalização, podemos entrar em modelos de gestão de energia em que algoritmos sofisticados, recorrem a inteligência artificial estabelecendo a ligação entre consumo e múltiplas variáveis como, ocupação do edifício, clima externo , nível de atividade dos servidores do data center, etc, para ajuste automático das condições ideais.  

Uma visão e aproximação digital à energia permite pois ganhos de sustentabilidade e competitividade. As empresas que não conseguirem integrar a digitalização vão ficar fora da corrida para a primeira linha de produção (sustentável).

Estou certo, que teremos a energia certa para abraçar estas enormes oportunidades.

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