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Publicado a:
04/07/2022

Escrita:
Ricardo Atayde

A energia solar em Portugal continua a crescer e atinge pela primeira vez a marca dos 2 GW

Portugal é dos países europeus com mais condições para a produção de energia solar, fator chave para impulsionar a transição energética, com uma aposta no mix de produção centralizada e descentralizada (autoconsumo).

Segundo notícia do Jornal Expresso, os dados recentes da Direção-Geral de Energia e Geologia (DGEG), relativos a maio deste ano, indicam que Portugal atingiu os 2 gigawatts (GW) de capacidade solar. Existiu uma duplicação da capacidade do parque nacional solar em comparação com o final do ano de 2020.

Um ponto muito interessante é que os 2 GW de potência solar em operação no país já ultrapassam a capacidade a carvão que foi desativada em Portugal nos últimos anos (Sines e o Pego somavam cerca de 1,8 GW). Claro que existem diferenças operacionais, o solar está exposto à intermitência de produção enquanto que as termoelétricas a carvão podem ser utilizadas dia e noite.

Luis Pinho, Country Director da Helexia Portugal, foi uma das pessoas escutadas neste artigo do Expresso e colocamos na integra, a informação que prestamos : 

Ultrapassar a barreira dos 2GW, é sem dúvida um sinal importante e que demonstra a resiliência do sector, que mesmo com todas as dificuldades atuais consegue induzir crescimento. Tanto mais que, com a atual crise energética, o recurso solar tem que contribuir para um mix energético mais e mais competitivo. Interessante ainda perceber que, da barreira agora ultrapassada, cerca de 30% diz respeito a produção descentralizada e em autoconsumo (UPAC), o que, sendo um bom sinal é ainda manifestamente pouco se atentarmos à quantidade de horas equivalentes de produção que Portugal tem disponível. Aliás ao vermos que Portugal aparece numa posição de destaque ao nível da incorporação de energia de fontes renováveis (4º lugar), veremos também que estaremos em quinto ou sexto lugar (EU-27), a contar do fim da lista, no que à contribuição de energia solar diz respeito. Indicador portanto do largo e urgente caminho que temos pela frente!

Na Helexia o que sentimos acontecer, é curioso no sentido em que, geralmente existe lentidão no processo de decisão das empresas em avançarem com os projetos, agora, face à urgência das empresas em limitarem a sua exposição a preços de energia proibitivos, a vontade de colocar em marcha os projetos é forte! Acontece que, seria demasiado fácil, e seria até uma combinação do tipo “tempestade perfeita” se tudo se alinhasse para que aliado à vontade das empresas houvesse capacidade de entrega imediata dos players deste sector… o que acontece neste momento, é uma enorme e continuada disrupção da cadeia logística, que por um lado coloca incerteza nos prazos de execução e por outro tem feito subir os preços de forma explosiva. Sentimos que o negócio está a retomar, as empresas voltam a mostrar confiança, e acima de tudo vontade. Vontade de continuar a produzir, a manter os postos de trabalho, vontade em inovar! Muito interessante ainda, ver que muitas empresas aproveitaram o downtime para repensar ou ajustar a sua estratégia, os seus produtos, os mercados em que estão e onde querem operar, e neste processo de evolução, apostam também na transição energética para formas mais competitivas de consumir energia, através de medidas de eficiência energética, mas também de produção de energia através da produção em autoconsumo.

A cadeia de fornecimento continua a ser um “entrave” para uma mais rápida, eficiente e competitiva resposta às necessidades de solução energéticas que permitam às empresas i) operarem com custo que sejam comportáveis, e ii) conseguirem ser mais competitivas nomeadamente com concorrentes internacionais com menores horas equivalentes de produção solar e logo, energia de origem fotovoltaica bastante mais cara.

Apesar do contexto atual, de preços bastante mais altos – para a globalidade dos componentes dos sistemas fotovoltaicos – comparativamente com 1 ou 2 anos atrás, os atuais preços de energia (preços spot) e previsão de preços para o futuro, continuam a ser incentivo à instalação de fotovoltaico. Da nossa parte temos uma carteira de projetos em curso bastante elevada (+40MWp), e continuamos focados a procurar soluções que permitam que esses projetos contribuam ativa e rapidamente para ajudar as empresas serem mais competitivas e sustentáveis económica e ecologicamente.

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